Frugalidade Extrema. Shampoo natural.

Esta dica de frugalidade tinha tudo para ser classificada como uma frugalidade média ou até mesmo frugalidade fácil se não fosse o medo e o preconceito que envolve este tipo de assunto. Muitas pessoas, principalmente mulheres, tem medo de qualquer coisa que envolva os seus cabelos (claro que na hora de passar formol e tinta na juba ninguém se lembra de ser conservador), por isto eu meio que imagino que esta dica será quase exclusiva aos homens, pois estes tem menos frescura e medo em relação a cabeleira.

Esta dica de frugalidade surgiu da mesma forma que a maioria das dicas surgem: no supermercado.

Havia um certo tempo que eu não comprava shampoo, com as minhas idéias de fazer compras no atacado eu acabo por passar de dois a três meses sem compra-lo e aí como qualquer brasileiro me acomodo e esqueço. Até que esta semana meu shampoo de atacado acabou. Ao contrário do que você possa imaginar comprar no atacado é trabalhoso e principalmente caro. Trabalhoso, pois o local é cheio de comerciantes que fazem das filas lentas e entediantes durante qualquer hora do dia. Caro, pois como o próprio nome diz você precisa levar grandes quantidades ou pacotes grandes, e não existe milagre. Se o item é caro no varejo será um pouco mais barato no atacado, mas ainda será caro, com a desvantagem de que quando vou no atacadista compro de tudo e não só um shampoo e portanto já me vi desembolsando valores absurdos como setecentos reais em uma única compra.

É como eu sempre digo amigo, não existe almoço grátis.

Como neste fim de ano eu não estou com tempo e nem mesmo dinheiro tão alto para ir a um atacadista passei em um supermercado qualquer aqui da minha cidade e fiquei abismado.

Eu realmente não sei se eu não reparava, se o preço deste tipo de produto subiu muito ultimamente ou se eu estou ficando cada vez mais obcecado pela frugalidade, porém é fato que me surpreendo quando vejo um simples sabão para cabelo cujo único propósito é limpar a cabeça com um preço médio que varia varia de doze a dezessete reais. Lembrando que em geral gasta-se um tube de shampoo por mês por pessoa.

Não sei se eu sou chato demais, mas é absurdo um item banal deste custar quase três porcento do salário mínimo brasileiro, principalmente se você é como eu, uma pessoa normal que não é fascinada por cabelo, não fica o dia inteiro na frente do espelho, não fica de palhaçada com a juba, não é ligado em estilo e tendências (me sinto um idiota escrevendo isso) e usa cabelo curto, corta o mesmo uma vez por mês e no estilo soldado ainda.

Claro que você pode me dizer que os shampoos do mercado são plus mega sucker mothafucker with laser, com glutamina, caseína, proteína que vai deixar seus cabelos fortes, musculosos, falantes, bonitos, sedosos contra o vento, e imãs de mulheres, mas a verdade é que desde que nasci já utilizei a maior variedade de produtos no cabelo e ele está sempre aí, a mesma porcaria em cima da minha cabeça.

Eu realmente desconfio da publicidade e das propagandas como aquela dos Cristiano Ronaldo cabeceando melhor por causa do shampoo dele, é meio que tudo a mesma porcaria. Sério, já falei disso no post sobre desodorantes naturais.

Mesmo pasmo em relação ao preço eu comprei o produto no dia, claro, e tratei de pesquisar uma solução natural na web e de fato achei, testei, aprovei, e agora está aqui com vocês.

A receita é simples, barata e rende. Para fazer quinhentos ml eu gastei aproximadamente um real e vinte centavos, o que imagino ser uma grande vantagem se comparado aos quinze reais por quarenta centavos do shampoo normal.

Vamos aos ingredientes:

• 100 ml de leite de coco. O leite de coco é rico em vitaminas, sais minerais e antioxidantes. Fortifica e retarda o envelhecimento do cabelo. Leite de coco é indicado para quem tem cabelo crespo, para dar maciez e brilho.
• Meio sabão de coco natural. Neste caso é importante ser natural, pois tem muito sabão de coco que só tem química, aroma de coco e mais nada. Ele é importante, pois faz uma grande limpeza e retira toda a gordura e oleosidade do couro cabeludo.  
• Uma colher rasa de azeite de oliva. O azeite de oliva é bem conhecido como hidratante para os cabelos, ele atuaria aqui como um condicionador contra os cabelos secos, porém se você tem os cabelos naturalmente oleosos não coloque o azeite. Este pode aumentar a oleosidade dos seus cabelos.
• Uma colher de vinagre de maçã. Evita caspa, o PH acido balanceia o PH alcalino do sabão de coco e melhora a limpeza e o brilho dos cabelos.
• 150 ml de água.

Para fazer é simples. Você corta a meia barra de sabão de coco em pedacinhos e coloca para dissolver em uma panela com a água. Em menos de três minutos está feito. Então você desliga o fogão, coloca o azeite, o leite de coco, o vinagre e mexe bem.

Depois disso você coloca dentro de uma garrafa pet e está pronto para ir a sua cabeça. Você agita bem antes de usar para misturar tudo e coloca um pouquinho na sua mão, sem exageros.

A validade desta mistura é um mês e não precisa ir a geladeira.

Simples, fácil e barato. O melhor é que é sem nenhuma invenção. Se bobear a sua avó sempre usou alguma variação deste shampoo a base de coco a vida inteira. A questão é que hoje em dia a propaganda e as industrias de cosméticos querem fazer você acreditar que se você pingar uma gota de qualquer coisa que não seja o shampoo deles, o seu cabelo todo vai cair, jamais crescerá e seu cérebro derreterá.

PS.: Não posso deixar de deixar aqui meus mais sinceros votos de feliz natal, ótimo 2014 com muita frugalidade, dinheiro e sucesso para todos nós. Inicio do ano é sempre bom para criar metas e desta vez mante-las até chegarmos ao nosso objetivo.

Rumo a liberdade e a independência financeira.

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Frugalidade Extrama. Horta Caseira. A sementeira.

A grande maioria das dicas de frugalidade postadas neste blog são projetos que estou iniciando, ou estão em processo de desenvolvimento em minha vida. Alguns exemplos são a dieta de hipertrofia, internet comunitária, hobbies rentáveis e por aí vai. Creio que nenhum dos projetos citados seja tão complexo quanto a construção de uma horta caseira.

Sempre penso em maneiras de poupar e tornar minha rotina mais frugal, ou como o Mr. Money costuma dizer, fortalecer o meu músculo de frugalidade. Tem dois meses que comecei com a ideia de plantar meu próprio alimento. São diversos os benefícios que uma horta caseira pode trazer, tantos quanto a quantidade de desafios nesta tarefa.

Em meio aos benefícios posso listar:

• Lista de compras fica mais barata e você diminui sua exposição a inflação, pois estes são os produtos que mais impactam. Lembram do tomate?
• Produtos naturais, com mais qualidade, higiene, limpeza e saúde. Visto que você irá molhar suas plantinhas com água limpa e sem agrotóxicos que no longo prazo são sinônimos de veneno e doenças na sua vida. 
• Você diminui a demanda mundial de comida, aumenta a oferta e faz a sua parte na diminuição do custo da comida no mundo. Mais comida é menos fome.
• As hortaliças também fazem fotossíntese e você ajuda em todo aquele papo eco-chato da camada de ozônio.
• A plantação é um hobbie para muitos. Pessoalmente eu achei bem legal também.

Em meio as dificuldades posso listar:

• Espaço.
• Saber o que está fazendo.

O espaço não inviabiliza a horta, porém ele mudará o que você irá plantar na mesma. É possível até ter uma horta em um apartamento, porém você só poderá ter pequenos temperos que não ajudarão muito a reduzir o seu gasto no supermercado. Para os que tem um espaço médio, de uma casa, com um quintalzinho legal e luz solar as coisas ficam mais interessantes. Você já consegue plantar hortaliças como o brócolis, cenoura, beterraba e etc.

Hoje eu não tenho este espaço na minha casa, porém a casa do meu pai tem um espaço com terra bem legal para este tipo de criação que sempre ficou lá parado infértil porque o velho tem preguiça :). Para você ter noção o solo era extremamente arenoso, cheio de pedras e partes até com concreto em meio a terra que inviabilizavam o plantio de qualquer coisa. Fiquei impressionado na forma que a vida meio que se espalha. Quem viu aquela terra dura e vê agora a terra preta fica impressionado, realmente parece outro lugar.

A primeira coisa que fiz foi enxadar todo o solo, mexer com a terra, retirar o concreto e as pedras e depois misturar com terra boa e adubada que comprei. Não se preocupe. O preço deste produto é quase inexpressivo. Com cinquenta reais comprei cem quilos de terra, que é terra pra caramba.

Isto feito eu plantei as sementes de brócolis, obviamente. Já escrevi neste blog que esta é uma das principais fontes de proteína da minha dieta. Além disso outra questão importantíssima na hora de você escolher o que plantar é a possibilidade de congelar a produção. Imagine o seguinte cenário: algumas plantas possuem estação, e mesmo que não tenham demoram uns cem dias para que você consiga colher alguma coisa. Então você fica sem brócolis (por exemplo) por cem dias, depois tem uma grande produção de brócolis e se não consegue congelar ele estraga em uma semana. Depois você está mais cem dias sem brócolis.

A possibilidade de congelar é um fator predominante na escolha. Brócolis, Cenoura, Couve e Flor, Beterraba são algumas hortaliças que aceitam congelamento numa boa depois de cozidas.

A forma de plantar as sementes é em forma de fileira. Uma atrás da outra. Por que? 

Primeiro que quando a terra de um modo geral não é tão boa você faz covas e enche estas covas com terra adubada que você comprou. Isto garante que mesmo a terra sendo ruim as sementes estarão em contato com terra de alta qualidade, e conforme os dias vão passando e a terra aguada todos os dias de forma igual a qualidade vai passando para todo solo de um modo geral. Outra coisa interessante das fileira é que as plantas meio que se conversam e quando plantadas juntas se ajudam e crescem mais fortes.

Veja um exemplo das fileiras que estou falando que peguei na internet.

Agora veja como ficou a minha horta depois de trinta dias da semente plantada. Um pouco diferente não? :)

Esta são pequenas mudinhas de um mês crescendo, mas onde eu errei neste processo? Sim eu errei. Hoje como você pode ver nas fotos as fileiras contam com poucas plantinhas. Tem umas quatro ou cinco por fileira, nem sempre foi assim. Duas semanas depois do plantio posso lhes garantir que havia umas vinte plantinhas por fileira, uma perto da outra, era até parecido com a foto que peguei da internet.

Só que o que eu não sabia é que não se deve plantar as sementes direto no solo definitivo. As plantas quando estão pequenas são extremamente frágeis, e com qualquer ventinho ou chuva elas já quebram e caem. Durante este mês posso dizer que tirei e joguei fora tantos pezinhos de brócolis que faria qualquer ativista eco-chato chorar :).

Qual a solução? Uma sementeira. 

Qualquer planta que cresça em forma de pé, isto é, para cima, precisa estar na sementeira. O papel da sementeira é você poder transportar os pezinhos para cima e para baixo até que eles estejam fortes o suficiente para serem transplantados ao pedaço de terra definitivo. Quando tem sol e sem vento você leva a sementeira para o ar livre, e quando tem chuva e muito vento você pra dentro de casa.

A confecção de uma sementeira é simples, você compra aqueles tupperwares grandes e faz pequenos furos com a ponta de um prego embaixo para a água vazar e coloca bastante terra boa e com adubo. Depois disso é só plantar as duas sementes e aguar todos os dias. Quando você ver a suas arvorezinhas fortes você abre um espaço de terra nas fileiras e planta os pezinhos. É importante molhar bastante a terra antes do transplante e tentar levar o máximo de terra junto ao pezinho, assim você impacta pouco no ambiente da planta.

De resto não tem segredo, é aguar todos os dias uma vez por dia e ter paciência. Limpar bem o espaço da sua horta e ficar atento a ervas daninhas retirando-as sempre.

Por enquanto não tive nenhuma surpresa na minha horta, como descrevi neste post eu não sou um profundo conhecedor da área, e vou aprendendo de forma empírica, mas garanto que qualquer conhecimento novo que valha a pena ser compartilhado estará aqui. 

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Frugalidade Fácil. Planos de Saúde.

Este post é o primeiro da categoria saúde. Pensando um pouco cheguei a conclusão que esta categoria é obrigatória para qualquer pessoa, principalmente para um adepto da frugalidade que corre em busca da sua independência financeira.

Antes de qualquer coisa, como já é de praxe neste blog, vou contar um pouco da minha vivência e como cheguei a conclusão da obrigatoriedade da contratação de um plano de saúde. Não vou mentir, possuo plano de saúde há pouquíssimo tempo,  para ser mais exato contratei o mesmo no início deste ano e vou detalhar como aconteceu comigo.

Sempre fui um cara frugal quase xiíta, achava que plano de saúde era uma perda de dinheiro, afinal sou jovem, saudável me alimento relativamente bem e pratico meus exercícios regularmente como já detalhei no blog. Até que um imprevisto aconteceu. Em um treino de Jiu Jitsu acabei por romper os ligamentos do meu braço e ombro. Em toda minha vida eu nunca havia passado por qualquer susto desta natureza, nem o braço eu já quebrei quando criança, então nem preciso descrever o quão preocupado fiquei ao sentir a maior dor da minha vida e principalmente perder o movimento do meu braço esquerdo.

Então lá vai o pobre aqui para o hospital municipal, e aí começou o início da tortura. Cheguei no hospital aproximadamente as nove da manhã (sim, eu treino pela manhã). Cheguei lá e me deparei com uma fila enorme. Tudo bem, eu estava relativamente calmo, já havia avisado no serviço que me atrasaria e estava lá de coração aberto para o SUS  .

Fiquei na fila de espera das nove da manhã até as duas da tarde. É sério isso. Sou atendido nessa hora e nem preciso dizer o quanto estava extremamente puto, mas tentei ser legal e não passar isto para o médico ou a equipe que tecnicamente nada tinha haver com o atraso. Só que a cordialidade durou pouco. Eu fiquei mesmo com o ódio em todo o corpo quando o médico disse que meu caso não tinha gravidade nenhuma e disse que eu estava de alta, e me passou um analgésico para tomar por sete dias.

Neste momento eu quase recuperei os movimentos do braço para sentar a porrada na cara do médico. É impossível que meu caso não fosse grave, afinal, eu não tinha os movimentos do braço esquerdo, ora, e eu queria isso concertado até o dia seguinte porque eu tinha um treino para ir  .

Brincadeiras a parte, voltei para casa com o mais profundo ódio implantado no fundo da minha alma. Tomei um banho e fui para uma clinica particular de emergência. Um resumo do que aconteceu por lá. R$ 430,00. Só para melhorar ainda mais meu dia.

Cheguei na emergência, me consultei com o clinico geral (R$ 200,00). Ele pediu raio-x do meu braço (R$ 80,00) e me mandou para um especialista de braço e ombro (R$ 150,00). Lá o especialista me disse que eu poderia fazer uma operação corretiva destes ligamentos, mas que a mesma era opcional. Disse que eu recuperaria os movimentos bem devagar, na medida que os ligamentos fossem substituídos por cartilagem, porém sem a cirurgia eu ficaria com uma ligeira deformidade estética.

Desta forma a cirurgia era opcional, pois por sorte não rompi todos os ligamentos e o osso não havia sido afetado. Por curiosidade perguntei ao médico quanto custava a cirurgia. Ele me respondeu que ela custava em torno de sete mil reais.

Não preciso nem dizer que “optei” por não fazer a cirurgia, certo? Ele me passou fisioterapia para retomar os movimentos o que me levou mais uma grana.

Outra coisa que esqueci de mencionar. Na clinica que fui era tudo a vista. Se consulta e paga. É débito ou dinheiro. Por sorte eu sou frugal e investidor e sempre tenho dinheiro na conta, mas fiquei imaginando um pai de família que vive na corda bamba.

Faz o que nesta hora?

Bom, deixa pra lá. Estou divagando.

Com estas perguntas na cabeça comecei a me perguntar se a abordagem que eu estava dando para a saúde era realmente a correta. Assim como eu a maioria dos frugais que eu conheço aderem a frugalidade na busca pela independência financeira. A independência não é algo que você consegue do dia pra noite. Muitos irão desfrutar da mesma depois dos quarenta, então cheguei a conclusão que era vital que eu chegasse até aos quarenta esbanjando saúde para aproveitar todo este dinheiro que estou me privando neste momento.

É tão simples e lógico quanto o fato do quanto eu estava sendo idiota.

Comecei a pesquisar sobre o preço dos convênios e me deparei com uma ótima surpresa. Por ser novo o valor integral de um convênio intermediário (não o melhor e nem o pior), era oitenta reais, e descobri que a minha empresa pagava vinte porcento do valor inclusive.

Nesta hora que eu me senti um tremendo otário e assinei os papéis do convênio.

A questão é, eu precisava do convênio para emergências imediatas, mas também precisava de um aliado poderoso que me levaria até a independência financeira esbanjando saúde para aproveitar todo o meu dinheiro daqui há alguns anos. A maioria dos brasileiros que possuem convênios apenas possuem. Não vão ao médico, acham chato, trabalhoso e insuportável. De fato é, mas você está pagando. Você não precisa ir no médico a cada dorzinha como aquelas pessoas mais idosas que não saem do UPS. Este tipo de atendimento é inútil e dispendioso para o sistema de um modo geral. O que você precisa são apenas hábitos saudáveis e exames periódicos.

Assim que assinei os documentos criei a minha planilha de exames periódicos. De seis em seis meses de forma alternada vou ao dentista dar um tapa na dentadura e vou ao clinico geral onde peço para ele exames cardiológicos, de endocrinologia (colesterol, diabetes) e uma ultra sonografia dos meus órgãos. Por coincidência fiz os exames de endócrino e dos órgãos mês passado, e sem gastar um centavo.

Desta forma consigo de seis em seis meses ver se está tudo certo com a minha saúde, meus órgãos, e se algo acontecer eu já trato, e se uma emergência como a do Jiu Jitsu acontecer tenho suporte total para me tratar rápido. Assim sigo confiante em busca da minha independência financeira.

A fórmula é simples. Cuide de sua saúde, possua hábitos saudáveis, faça exames periódicos e chegue a sua independência vendendo saúde para não gastar todo seu dinheiro poupado com remédios e operações.

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